O título do artigo é uma homenagem à minha filha mais nova, que usa esta frase a todo momento… “Já to indo!” (e não vai…)
Quando se é pré-adolescente esse comportamento pode até ser medianamente aceito, em alguns momentos é até “engraçadinho”… Mas para um empresário pode custar caro deixar para depois.
Esta semana um empresário nos procurou perguntando se para registrar a marca de seu restaurante ele precisaria de um CNPJ, expliquei que, pela atividade, sim, o CNPJ é obrigatório e recomendei que ele também solicitasse uma pesquisa gratuíta para ver se a marca que desejava registrar estava liberada. Ele respondeu o e-mail me dizendo que já tinha feito isso e nós já tinhamos respondido e era verdade… Mas isso fazia mais de 2 meses!
Ele acabou preenchendo o formulário de pesquisa novamente e acabei de refazer a pesquisa, mas desta vez o resultado foi NEGATIVO, ou seja, OUTRA EMPRESA pediu o registro da marca.
Já seria triste se não fosse uma tragédia anunciada, pois já havíamos avisado que isso poderia ocorrer…
– Não! Não temos poderes paranormais e também não podemos prever o futuro!
Mas na época que ele fez a primeira consulta (em maio) fizemos uma pesquisa aleatória no Google e identificamos uma “Fã Page” no Facebook com o mesmo nome que ele queria registrar, como era de uma empresa do mesmo segmento, mandei o link junto com o resultado da pesquisa e perguntei se era a empresa dele (pensando que realmente era e que isso facilitaria a visualização do logotipo), mas fui surpreendido com uma resposta negativa:
– Não era a empresa dele! Era um CONCORRENTE!
Então alertei que, como aparentemente nenhum dos dois tinha aberto a empresa ainda, o que tivesse um CNPJ e pedisse o registro primeiro iria levar o registro e o outro ficaria “a ver navios”… Demos todas as orientações e seguimos adiante, afinal, temos outros empresários para atender, pesquisas para responder, etc…
Acabo de constatar que o empresário que nos procurou ainda nem obteve o CNPJ da empresa e não tomou nenhuma medida para proteger a marca: ele poderia ter pedido o registro em um outro CNPJ da mesma atividade e depois transferido, poderia usar o CNPJ de um parente, amigo, etc. (Normalmente não recomendamos esse procedimento, é arriscado, mas muito menos do que deixar a marca totalmente desprotegida) Enquanto isso, o outro empresário, sem ter a menor ideia de que sua marca já estava em perigo, fez o correto, pediu o registro e protegeu seu patrimônio.
O que podemos aprender deste episódio é que o “Já tô indo!” pode custar caro no mundo dos negócios e, se serve como dica, tome cuidado ao criar blogs, sites, contas em redes sociais, etc… para marcas desprotegidas, o empresário que mencionamos (da Fã Page) arriscou demais a sua marca, ele não tem noção disso, talvez nunca saiba do ocorrido, mas passou perto de perder sua marca só por ter se precipitado um pouco.
E você? Também “já tá indo”?
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