Quando se cria uma empresa muitas vezes a marca, ou o nome, é somente uma formalidade (muito chata) exigida para conseguir o registro na Junta Comercial. Então se escolhe qualquer coisa, iniciais dos sócios, sobrenomes. Algo que “passe” pelo crivo da Junta.
Depois, a empresa começa a operar e se depara com outro dilema: existem outras empresas que fazem o mesmo que nós. Como o cliente vai saber quem somos, como vai nos diferenciar?
Essa constatação nos remete ao início dos tempos, quando os fenícios criaram as primeiras “marcas”. Na época os produtos tinham como “marca” a região de origem. Assim era possível diferenciar um algodão da África de um egípcio ou um tapete comum de um “persa”, por exemplo.
Com o passar do tempo essa relação da marca com o produto ficou mais complexa, algumas regiões passaram a ter vários produtores do mesmo item e havia diferença entre eles, de qualidade, preço, tecnologia, atendimento, entre outras.
E hoje, para uma revenda de celular, qual a função da marca? Vou dar a minha opinião.
Há vários anos tenho um número de celular de uma mesma operadora, todos os meus clientes conhecem esse número, por isso nunca mudei, aliás, só por isso, porque outra operadora, da qual tenho outro celular, é muito melhor para mim, os serviços são mais adequados, mais modernos.
Mas o interessante é como passei a usar um celular daquela operadora: na mesma rua onde tenho escritório abriu uma loja de celulares. No primeiro momento achei loucura, a loja parecia pequena, num ponto de pouca visibilidade e muito movimento. Achei que as pessoas nem conseguiriam ver o nome da loja, pois passavam muito rápido por ali.
Estava errado: a loja foi um sucesso! Tanto que abriu outras seis filiais.
Um belo dia, eu – que achava o ponto ruim – fiquei parado na frente da vitrine olhando um celular novo que havia chegado. Como nunca tinha visto em outra loja, fiquei curioso e entrei.
Fui atendido por uma menina linda e simpática (como todas as atendentes desse tipo de loja), eu, como bom judeu, comecei a negociar. Imagina? Negociar com revenda de celular. É tudo “padrão”!
Daí a surpresa: o dono da loja foi chamado e veio me atender, negociamos por uns minutos, chegamos a um consenso e, bingo! Meu primeiro celular de outra operadora. Depois desse foram mais oito aparelhos: minhas duas filhas, meu sogro (aniversário), minha sogra (Dia das Mães), minha mãe (também Dia das Mães), minha esposa (dois aparelhos em um ano!) e eu estou indo buscar daqui a pouco meu terceiro aparelho (fiquei com dois números, mas já troquei de aparelho três vezes).
Sempre compro nesta loja, além disso, indico para meus amigos e clientes, sabe por quê? Porque lá o atendimento é melhor do que nas outras lojas que conheço, há possibilidade de negociação, eles trazem aparelhos diferentes, interessantes e modernos e o cliente sempre faz um bom negócio.
Agora, me explica, como essa empresa comunica todos esses diferenciais para o mercado? Através da marca!
Aliás, eles acabaram de fazer um logotipo novo e já me contrataram para fazer o registro. Estão se protegendo, se diferenciando.
Não adianta sua empresa ter diferenciais, se o cliente não tem como identificá-la num universo de iguais, se isso acontecer, sua empresa vira commoditie, como arroz em saco de 60kg: é tudo igual.
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