Mal foi lançado o logotipo das Olimpíadas de 2016 e já está envolvido em uma polêmica… Felizmente não é pelo mau gosto, como ocorreu com o logotipo da Copa de 2014 (argh!). Desta vez o debate é se houve ou não plágio da marca da Telluride Foundation (de novo eles!!!). Pra quem não lembra, a marca do Carnaval de Salvador de 2004 já foi um plágio descarado desse mesmo logotipo (vejam as imagens).
Mas nesse post quero tratar do tema sobre outro foco, menos “passional” e “artístico” e mais prático, usando os critérios que o INPI usaria para analisar uma marca.
Em primeiro lugar tem que haver uma limitação quanto à atividade, ou seja, se o produto ou serviço distinto pelas marcas é igual, similar, pode causar confusão ou associação. Esse é o primeiro critério que o INPI usa para dizer se uma marca colide ou não com outra.
No caso das Olimpíadas x Telluride Foundation em parte há colidência nas atividades (eventos culturais e desportivos estão na mesma classe), mas é só parcial. Porém, considerando a atividade ESPECÍFICA de cada um, não acho possível alguém ir para as montanhas do Colorado imaginando que está vindo para as Olimpíadas no Rio de Janeiro e vice-versa. Também não imagino que os doadores da Telluride Foundation confundam-se e façam doações para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) ou venham “por engano” para o Brasil. Então essa possibilidade é INEXISTENTE.
Mas se o próprio criador da marca Fred Gelli reconhece semelhanças, o que dizer? O que ele mesmo disse:
“Existem outras com o mesmo conceito. Quando estamos falando de um grupo de pessoas se abraçando, é uma referência ancestral, está no inconsciente coletivo…” Gelli lembra ainda de outra semelhança apontada, com o quadro “A dança”, do pintor francês Matisse (reproduzida abaixo).
Então, é isso ai! Consciente coletivo, inspiração, etc.
Para tornar esse post mais divertido pesquisei sobre outros casos em que houveram acusações de plágio, um dos mais curiosos foi o caso do Capitão Marvel x Superman, vejam à seguir alguns trechos sobre o caso:
O oficial da Primeira Guerra Mundial, Capitão Billy Fawcett, ao se afastar do serviço militar, fundou a editora Fawcett Publications e, após algum tempo publicando revistinhas de piadas decidiu investir no mercado de quadrinhos, principalmente em super-heróis – afinal, eles estavam fazendo um sucesso danado…
Em meados de 1939, Billy Fawcett requisitou ao editor Bill Parker e ao ilustrador – e amigo particular – C. C. Beck, que criassem um super-herói para concorrer com o Superman da National Periodical (isso mesmo, a editora que mais tarde seria conhecida como DC Comics). A dupla então veio com um tal de Captain Thunder (Capitão Trovão) e com uma origem baseada em preceitos sobrenaturais, contrapondo ao apelo pseudocientífico de Superman. Beck inspirou-se nos atores Fred MacMurray e Max Schreck (Nosferatu) para criar as faces de Captain Thunder e Dr. Sivana, o vilão da série, aqui no Brasil, rebatizado como Dr. Silvana.
A revista de estréia do Capitão Trovão chamava-se Flash Comics e foi lançada em janeiro de 1940. Essa publicação foi produzida a toque de caixa, com a capa e miolo em tom acinzentado. Para o leitor entender melhor esse procedimento, a revista tinha um aspecto de fanzine, mesmo. Esse tipo de publicação, hoje, é conhecido pelos especialistas como “Edições Ashcan” e, na época, era normal ver as editoras lançando aos montes essas revistas-protótipo no intuito de garantir a marca delas, já que uma vez editadas, caiam no “conhecimento público” – embora não descartassem o envio das mesmas para os órgãos de registros e patentes. Hoje, os colecionadores pagam verdadeiras fortunas por essas revistas.
OBSERVAÇÃO: Cabe lembrar que a legislação dos EUA é diferente da nossa!
Quem não estava nada feliz com essa badalação toda da Fawcett, era a National/DC, detentora dos direitos de Superman, Batman e cia. Numa manobra judicial, seus advogados tentaram convencer o juiz de que o Capitão Marvel era um plágio descarado de Superman, mas o máximo que conseguiram foi uma constatação da Suprema Corte para o fato de que, embora fosse evidente a semelhança entre os personagens, desde suas fantasias até suas respectivas profissões, o único modo de se comprovar cópia deslavada era examinando história por história (Afêee… e àquela altura do campeonato, quantas centenas de “Supermen” já não existiam?).
Entretanto, esse arranca-rabo entre as duas editoras arrastou-se até 1953 quando, finalmente, a Fawcett desistiu de publicar qualquer história do Capitão Marvel – não por causa do processo em si, ou porque o Superman estava chorando as pitangas na Fortaleza da Solidão, mas sim, porque as revistas do “Queijão Vermelho” não estavam dando o mesmo lucro de outrora (na verdade, os quadrinhos de super-heróis estavam bem por baixo na década de 1950).
Fonte: HQManiacs.com (vale a pena visitar esse link, pois lá você poderá ver a “continuação” da história e como houve uma inversão nessa história de “plágio” porque a DC Comics… bom, é melhor você mesmo ler…)
Mas é só e apenas isso? Não, Claro que não!!!
Vamos avançar no tempo, aperte o FF>> no controle remoto e vamos ver outros super-heróis “inspirados” no Capitão Marvel!
Steven Spielberg apresenta Freakazoid!, que é uma série animada de televisão, criada por Steven Spielberg e Warner Bros. Animation que teve apenas 2 temporadas de 1995 a 1997.
Fonte: Wikipédia
Os Incríveis (título no Brasil) ou The Incredibles – Os Super-Heróis (título em Portugal) (título original: The Incredibles), é a sexta animação da Pixar Animation Studios/Estúdios de Animação Pixar, lançada nos Estados Unidos em 5 de Novembro de 2004 e no Reino Unido em 26 de Novembro de 2004.
Fonte: Wikipédia
CONCLUSÃO: Na minha opinião, o logotipo das Olimpíadas de 2016 pode até ter sido inspirado no da Telluride Foundation, mas ambos são parte de um inconsciente coletivo de imagens que usamos para demonstrar “união + alegria” que se traduzem em silhuetas humanas dançando de mãos dadas e, como MARCA, não vejo colidência entre elas. Que venha 2016!
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